sábado, 8 de dezembro de 2012

Viva a violência no futebol


O futebol virou uma das coisas mais chatas do planeta. Em primeiro lugar, regrinhas inúteis. Do tipo 'o goleiro não pode avançar no pênalti'. Por que, palhaço? O cobrador que se vire na hora de bater o pênalti com o goleiro se mexendo ou pulando pra frente. O impedimento é uma das coisas mais imbecis do futebol. Alguém me explica, pelo amor de deus, qual
 é a vantagem que o atacante tira da jogada ao estar voltando da posição de impedimento? Sim, porque há impedimento quando a bola é lançada, o jogador está em posição de impedimento, mas volta e pega a bola. Me explique. O jogador volta, pega a bola e tem que passar por toda a defesa. Qual é a vantagem? Por que há impedimento nesse lance? Eu sei. Pra deixar o jogo chato. Pra parar o jogo. O jogo que tem 90 minutos deve ficar 60 minutos parados. É incrível. É falta por tudo.

Os jogos são insuportáveis. É passe pra trás, pro lado, pra trás, pro lado, pra trás, pro lado, pro goleiro, volta pro zagueiro. Pra frente, ninguém joga. E um dos maiores culpados por isso é esse formato de pontos corridos. Ontem ocorreu a maior bizarrice do futebol nacional em muito tempo. O fim da partida entre Atlético Mineiro e Cruzeiro foi mais comemorado pela torcida do Galo do que o apito final da partida que deu o título pro Fluminense. A rodada de ontem girou toda em torno de vaga. Vaga pra Libertadores. Onde já se viu isso. Só numa fórmula brilhante como essa pra isso ocorrer. "Ah, mas esse campeonato foi exceção, nos outros o título foi decidido na última rodada". Sim, mas esse é o único formato que possibilita uma chatice dessas ocorrer. "Ah, mas essa fórmula é mais justa." E daí? Quem é que quer justiça? No futebol não há lugar para justiça. Justiça se faz no tribunal, não no esporte. O futebol sempre foi conhecido por ser um esporte onde qualquer coisa pode acontecer, e era justamente isso que deixava o futebol interessante. O jogo, em si, é um porre. Vejam:

O jogo tem 90 minutos. Normalmente, as partidas acabam 1x0, 1x1, 2x1 ou 2x2. Ou seja, de 90 minutos, apenas alguns segundos são interessantes. O resto é passe pro lado, pra trás, cruzamento errado, tiro de meta que o goleiro demora horas pra bater, lateral demorado, jogador lesionado esperando o carrinho entrar, gandula maloqueiro demorando pra repor a bola e etc. A graça do futebol era justamente essa: O Grêmio e a Portuguesa se classificarem em sétimo e oitavo e irem pra final desbancando Palmeiras e Cruzeiro, os líderes. Era pra isso que o futebol existia, pra essas coisas acontecerem. Agora, com esses pontos corridos, não há possibilidade da zebra, da emoção, do inusitado acontecer. As partidas que ficam na lembrança e na história são as partidas onde o improvável aconteceu. Apenas isso dava graça pro futebol. Ou seja, acabaram com o futebol.

Quando começou a pancadaria no gramado, no Grenal de despedida do Olímpico, eu foquei toda a minha atenção pro jogo. Porque finalmente alguma coisa interessante tinha ocorrido. Porque o jogo tava chato e sonolento. "Cenas lamentáveis no Olímpico" dizia o Pedro Ernesto na Gaúcha. Ora, Pedro Ernesto. Cenas lamentáveis eram as que estavam acontecendo com a bola rolando. Eu sou completamente a favor da violência nos gramados. Se duas pessoas querem brigar, deixem-as brigar. Assim como acontece no Hockey, deveriam liberar a briga de jogadores no futebol. Lá, se acontece alguma problema entre jogadores, eles decidem se querem sair na porrada ou não. Se os dois quiserem, a pancadaria come solta até a intervenção do juiz. E é do caralho. As câmeras focam na briga. O estádio vibra como ainda não tinha vibrado durante o jogo. Por mim, o jogo parava 10 minutos para Osmar Loss e Saimon resolverem o problema na mão. Mais 10 minutos para D'Alessandro e Vilson. A audiência subiria de forma inacreditável. O estádio viria abaixo. O futebol seria muito mais interessante.

Após a partida, eu emitiria um aviso nos falantes do Olímpico: "torcedores, quem quiser permanecer para a briga que vai ocorrer agora, fique no seu lugar. Quem não quiser participar pode ir embora". Sabem por quê? Porque essa coisa de a torcida visitante ter de ficar lacrada uma hora no estádio até poder sair seria resolvida facilmente com essa minha medida. Os torcedores só precisam ficar no estádio porque a polícia não quer que dê briga. Então, libere a briga dentro do próprio estádio. Se os baderneiros souberem que terão a oportunidade de brigar ali mesmo, eles não vão fazer nada na rua. Assim, os do bem, que não querem brigar, vão embora tranquilamente.

Quando as pessoas que não querem brigar forem todas embora, tranca-se todo o estádio e libera-se a passagem pro gramado. Deixem as duas torcidas se matar. E tudo isso transmitido pela televisão. Já imaginaram a audiência? A publicidade? O dinheiro? Era lucro na certa. Abririam um canal só pra transmitir briga de torcida. Tipo o Canal Combate. Depois da brigalhada, vai sobrar um. O que sobreviveu a toda pancadaria. Pegamos esse sujeito, colocamos ele no pódio e damos um tiro na testa dele. Pronto. Nunca mais ninguém vai brigar no estádio ou na rua. Tá resolvido o problema.

Viva a violência no futebol.

Último jogo do Olímpico: o fracasso denunciado

É fracasso após fracasso. Eu já enchi o saco de tentar abrir os olhos de vocês e mostrar que o Grêmio, hoje, é um time minúsculo. O Grêmio é o clube que mais se apequenou ao longo dos anos no Brasil. O fracassado Atlético Mineiro já tem feição de time grande, poderoso e temível. O Atlético Mineiro. Que nunca levantou uma taça na sua vida. Viraram um clássico. Me digam, quando foi a última vez que 
o Grêmio virou uma partida de forma dominante e imponente, ainda mais um clássico? Eu não consigo me lembrar.

O que se viu hoje, na despedida do Olímpico, foi a caracterização de um clube pequeno, sem expressão e completamente histérico. Pela sua inofensividade, o Grêmio e os gremistas tiveram de apelar à histeria para massagear o ego e não perceber que o Grêmio é ridículo. Afinal, é incrível um clube que foi tão poderoso num passado recente ser isso nos dias de hoje. A avalanche, após a partida, foi o marco, o decreto, a assinatura de um clube patético que proporciona piadas gratuitamente para os seus rivais. O Grêmio é tão, mas tão ridículo, que não basta não vencer um time totalmente desestabilizado como o Inter com dois expulsos na despedida do seu estádio valendo a vaga direta pra Libertadores. Ele tem de fazer avalanche após o jogo, pra deixar o que já era incrivelmente fiasquento, uma denúncia de toda mediocridade na qual o clube se afundou.

Leo Gago não pode fardar o uniforme de qualquer clube da série A brasileira. Atuação patética desse rapaz que, modéstia parte, já aviso desde o dia em que foi contratado - lá no início do ano - que não é jogador de futebol. Pará é outra nulidade que enganou os panacas de plantão ao atuar razoavelmente bem em algumas partidas. Vanderlei Luxemburgo tira Fernando para colocar Marquinhos. Marquinhos é outro que não pode vestir a camisa de um clube de futebol. É jogador de Avaí. Em vez de tirar a nulidade do Léo Gago, Luxemburgo insistiu na ruindade e, fazendo de tudo para deixar o time capenga, deslocou-o para a lateral, no lugar de Anderson Pico que, até então, era o único jogador do Grêmio que havia jogado decentemente. O rapaz que já não jogava nada na meia cancha, deslocado para a lateral esquerda, foi um filme de terror.

O Grêmio tem clima de perdedor. Permaneceu na segunda colocação durante a reta final do campeonato e entregou como uma menininha perdida no parque que é estuprada e violada por um psicopata. O Grêmio é uma menininha indefesa. O Inter, um gigante. Se o Grêmio segura o poderosíssimo Náutico, fora de casa, com algumas expulsões, em partida válida pela série B, é o imortal e “nunca nos matarão”. O Inter, comemorando um empate heroico no Olímpico, em uma partida válida pela série A, no maior clássico do Brasil, tirando a vaga direta do seu maior rival, não pode. Digo isso, pois já vi gremistas dizendo que foi patético os jogadores e a torcida colorada comemorar o resultado final. Ora, um time completamente desacreditado por todos - mídia, próprios torcedores e torcedores rivais - tem dois expulsos, um deles o seu melhor jogador, Leandro Damião, sob comando de um interino, o vestiário balançado, consegue ter forças e se unir para realizar tal feito, tem mais é que ser comemorado. O elenco do Internacional correndo em direção a sua torcida é algo a ser comemorado sim, devido as circunstâncias que rodeavam o clube recentemente.
O final do jogo de ontem foi emblemático. Os jogadores do Grêmio correndo pra cima do árbitro enquanto os do Inter corriam para a sua torcida. A torcida do Inter pulando e a do Grêmio em silêncio. Faz 10 anos que eu vejo isso. Não dá mais pra aguentar. O Inter mesmo estando em uma crise danada consegue arruinar a festa do Grêmio. Que onda de azar. Que miséria.

A torcida do Grêmio é uma das coisas mais ridículas de se ver. Tendo consciência – ou tendo inconsciência – da situação do seu clube, começou a gritar “libertadores” em direção aos colorados. Do que adianta se classificar para a Libertadores? Quem é que não sabe a história de 2013? Eu sei e conto pra vocês: Grêmio eliminado nas quartas ou nas oitavas. Como sempre. Não vai ganhar a Libertadores. Cantar “li-bertadores” para os colorados é mostrar que estão inseguros e reconhecem sem entender a atual situação lamentável do clube. Cantar “li-bertadores” é se irritar com o time, perceber o 0x0 patético, enxergar a comemoração do Inter – que, mais uma vez, matou o Grêmio no Olímpico – e buscar, no fundo do baú, um argumento, alguma salvação para aquela situação não permanecer visivelmente ridícula.

O Grêmio acabou. Só resta chorar pelo Olímpico e fazer festinha na rena. Porque títulos e feição de time colhudo, esse clube não tem mais.